As chuvas das últimas semanas pioraram uma situação que já vinha gerando reclamações dos santa-marienses há muito tempo: a buraqueira nas ruas da cidade e nas rodovias da região. Se é a chuva que multiplica e aumenta o tamanho dos buracos, é do tempo seco que depende o conserto.
Mas não adianta se animar muito com a volta do sol. Porque a solução para os buracos é e será paliativa, sem prazo para se tornar mais duradoura. Isso porque o nosso asfalto está vencido e, para refazer, é preciso ter dinheiro. Muito dinheiro. Conforme a prefeitura, um quilômetro de asfalto novo custa R$ 1 milhão. Só quem ainda pode ver alguma coisa boa nessa situação são os borracheiros, que, com as chuvas dos últimos dias, tiveram um aumento significativo de serviço.
O que nos resta, diante deste quadro, é ficar atentos para evitar prejuízos e acidentes. Para ajudá-lo, enquanto a prefeitura recomeça o trabalho de tapa-buracos, o Diário pediu aos internautas para apontarem locais que consideravam críticos na cidade. A reportagem percorreu 14 deles na terça e na quinta-feira passadas e mostra como eles estão (veja quadro).
Conforme especialistas, o fim da buraqueira nas ruas de Santa Maria depende de um mapeamento do que causou o dano em cada via. É mais ou menos como na saúde: só depois do diagnóstico, é possível prescrever o remédio adequado para cada caso. A prefeitura reconhece e diz que já identificou o principal problema: a vida útil do asfalto _ na maioria das ruas da cidade, a validade estaria vencida _, mas afirma que não tem recursos para fazer asfalto novo em todas as ruas.
_ O asfalto é antigo. O ideal seria recompor todo ele. Mas isso teria um valor astronômico _ diz o prefeito Cezar Schirmer.
Segundo o secretário de Infraestrutura, Obras e Serviços, Tubias Calil, um quilômetro de asfalto novo custa cerca de R$ 1 milhão. A Secretaria de Infraestrutura dispõe de R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões livres por ano, para investir nestas e em outras demandas.
_ O paliativo não é simpático, mas é necessário. Não podemos tirar todo asfalto e recolocar um novo. Não existe recurso para isso, a nenhuma cidade do país _ explica o secretário.
Ainda conforme Tubias, não falta pessoal para trabalhar no tapa-buracos. Há 14 servidores, divididos em duas equipes, trabalhando no conserto com asfalto quente. Também não falta material, que é produzido pela Usina de Asfalto do município.
Para amenizar os problemas, a prefeitura liberou, na última quinta-feira, R$ 1 milhão à Secretaria de Infraestrutura, Obras e Serviço, que deve empregá-lo não exclusivamente ao conserto do asfalto, mas em todos os danos gerados pela chuva, como os reparos de pontes, bueiros e estradas das zonas urbana e rural, além da compra de material.
Buraqueira também atinge as estradas
Basta uma voltinha pela BR-287, em direção a São Pedro do Sul, para testar as habilidades atrás do volante. É preciso destreza e agilidade para desviar de tantos buracos. Na faixas Nova e Velha de Camobi (BR-287 e ERS-509, respectivamente), onde há dias os motoristas conviviam com verdadeiras crateras, os consertos já foram providenciados, mas ainda é preciso manter a atenção para desníveis na pista.
E também é preciso torcer para que o sol permaneça firme. Conforme o engenheiro responsável pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Santa Maria, João Carlos Tonetto, as BRs estão em constante manutenção, e os buracos estão sendo tapados com asfalto.
_ Não temos como refazer do dia para a noite, pois o tempo não colabora. Estamos trabalhando e contando que façam dias melhores para tapar os buracos _ diz Tonetto.
Para o doutor em pavimentação, engenheiro Deividi da Silva Pereira, é preciso estudar caso a caso para que haja uma adequação entre o material empregado nas vias e as condições de tráfego. Para isso, deveria ser criado um sistema de gerenciamento de pavi"